Sentimentos que me afligem pairam sobre esta coroa de
espinhos. Como lidar com estes medos, estas vontades... Estes arrependimentos.
A vida me parece um tanto frágil, instável, nunca caminhando em linha reta.
Basta um olhar ou palavra, e tudo está diferente.
Houve um tempo em que se poderia dizer que o Sol amanheceria
sem consigo trazer receios. Houve um tempo em que viver valia a pena, ou pelo menos
se valia a pena continuar buscando como se viver. Hoje algo parece ter mudado.
Saber que um futuro incerto caminha engolindo sonhos e desejos, algo imposto
pela sociedade hipócrita que te faz se sentir inútil, isso faz com que a
vontade de continuar seja insignificante. De que vale viver sem motivos?
Não sei o quanto mereço estar vivo...
Nunca saberei se este último autorretrato será usado como
estampa da lápide anunciando minha morte. Não saberei se esta será minha última ideia
impressa, se as roupas que visto serão as últimas antes do terno escuro coberto
por flores que exalam o odor doce e suave da morte. A vida é incerta, tanto
quanto a morte. É um jogo onde sempre o mesmo lado irá ganhar, e garanto que
este não é o seu.
Imagine que o corpo humano seja a peça mais frágil de todo
este jogo chamado vida, e que um desses corpos podem ser seus pais, seus irmãos
ou seus amigos. Já pensou quão dura será a partida? Já imaginou a despedida de
quem mais se ama, para nunca mais vê-la? A vida pode ser bela, mas há uma
beleza sádica aqui, uma beleza que não nega esforços para testar sua força, sua
vontade e seus objetivos.
Se há uma peça sem propósitos que valham a pena, jogue-a
como benefício para outra maior. Não seja esta peça, não quero ser esta peça,
espero nunca presenciar a hora em que esta peça for usada.
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uau
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